sábado, 2 de abril de 2011

Tiro de sal-grosso

À toda essa chuva, lavando
Bota ele pra correr
Leva embora o meu assassino!
Não esqueça de tocar o sino
Pra lembrar a todos de correr
Onde ele não alcance.

Obs.: Há "um item" escondido. Para entender melhor, leia outras poesias ao longo do blog.

sexta-feira, 25 de março de 2011

#60

Pensar se consegue só sozinho
Com todo entra e sai do dia-a-dia,
Que queria? Impossível se encontrar.
Eus, Falsidades e Verdades
Essa procura conturbada, limitada

Não preocupa e se ajuda, só
Sozinho. Sem ninguém, se consola
Tira a roda que te puxa à beirada
Seu barco é forte, agarre-se
Não vá de frente e se esqueça, se ame
Se cuide.
Aquele centro é seu, sozinho, todinho.

quarta-feira, 9 de março de 2011

#59

O grito me tomou por todas veias.
Quase explorou meus fundos segredos,
e me deixou por entregar.
Foi a minha mais profunda dor de agora
Que em chamas por dentro de mim está
Ao prestes explodir.
Que faço mais? Não há saídas enquanto
Desse tanto de cercas... Ao redor, completo!
Daninhas que não querem ver-me crescer.
Que custa ajudar?

quinta-feira, 3 de março de 2011

#58

Corri como disse-me,
Não vi nada!
Sem refúgio que me caiba...
Onde está a então saída?
Que o tal me toma, tal o que?
Quem me escolhe, me trata?
Vi respostas inalcansáveis.
Tantas e tantas, que me afundo
Em profundo descaso que sinto.
Que faço ao mundo para isso?
Mas que tanta  vontade persegue-me
Aos montes que acho as vezes
Para tirar-me!
Lá, quieta
Sem nada, mas encontrando
Aos poucos... Bem poucos...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quando a vergonha chega

As vezes a vergonha toma
Rege, controla, cega
Não há mais o que seguir, então.
Cores secam, motivos caem por terra
Razões não respondem
Seu rosto some.
Não há eu, nem você
Nem como perecer.
Inerte, indiferente, permanece.
Perfura, tampa
Abafa o que precisa sair.
Descanso necessário e demorado
Está por onde? Por quando?
Que anseio mais que tudo por,
Esse finalmente parar.
Aos poucos se afunda...
Profunda, bem profunda
Dessa dor que consome, aumenta
Atormenta, faz mesmo querer sair
E permanece. E o que será que fiz?
Pra fingir a dor, que toma-me a pele
Bastasse de fora observar, ajudar
Mas é claro, não pude aguentar.
E sempre, como esse todo sempre
Mais uma, e outra
Mais outras e muitas, tantas pelas quais
Estamos onde estamos.
E onde há de se esconder em tanta coisa?
Tanto a dizer, a confessar, envergonhar...
De tanto disso acabo atirando ao nada,
matar tanto, tanto assim dentro de mim...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

#56

Sob circunstâncias precárias
É assim, curioso mesmo...
E do mesmo tanto, ao mesmo tempo
Tão contrária em outras.

Completo e até incrível
Bastasse alguns dos metros
Que gasto de verbo.
Tão mais empregados!
Engraçado, e curioso.

Estranho, como tudo que cerca
E tão melhor. Baixasse as cortinas
Tão medo maldito fosse embora.
Tão embora que estranharia
Mas dos medos descobre-se as fraquezas
Cria-se coragem e vai
Empurra para a frente, sempre a frente

Se me tira do inapropriado
Sai com minha angústia.
Profunda, vazia
Tão como o que faia.

Mas vai, vai logo
Indo aos "belos" que fará infeliz.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

#55

Digo disso, desse abandono
Do descaso comigo, evito
Mas o final sempre é igual.

Houve quem disse "Mentira!"
Confirmo, calo, feneço
Mais nada falo... Guardo.
Mais tarde virá a sumir
Por não assumir agora, esse martírio
De tantas fases boas
Que saem da memória como águas
Desaguadas, guiadas pela rastejação.
Provável perguntar-me o que houve
Não hei de explicar!
Não por teimosia, mas agonia
Tanta e tanta rastejada!
Inriquir mais e mais... E quando para?
Se souber pare-me você
que forças as tenho esgotadas.

É cedo pra saber ou preparar
Dessas marcas funestas
Que trago escondidas, bem escondidas
e não verá, garanto
Pra não assustar.