sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quando a vergonha chega

As vezes a vergonha toma
Rege, controla, cega
Não há mais o que seguir, então.
Cores secam, motivos caem por terra
Razões não respondem
Seu rosto some.
Não há eu, nem você
Nem como perecer.
Inerte, indiferente, permanece.
Perfura, tampa
Abafa o que precisa sair.
Descanso necessário e demorado
Está por onde? Por quando?
Que anseio mais que tudo por,
Esse finalmente parar.
Aos poucos se afunda...
Profunda, bem profunda
Dessa dor que consome, aumenta
Atormenta, faz mesmo querer sair
E permanece. E o que será que fiz?
Pra fingir a dor, que toma-me a pele
Bastasse de fora observar, ajudar
Mas é claro, não pude aguentar.
E sempre, como esse todo sempre
Mais uma, e outra
Mais outras e muitas, tantas pelas quais
Estamos onde estamos.
E onde há de se esconder em tanta coisa?
Tanto a dizer, a confessar, envergonhar...
De tanto disso acabo atirando ao nada,
matar tanto, tanto assim dentro de mim...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

#56

Sob circunstâncias precárias
É assim, curioso mesmo...
E do mesmo tanto, ao mesmo tempo
Tão contrária em outras.

Completo e até incrível
Bastasse alguns dos metros
Que gasto de verbo.
Tão mais empregados!
Engraçado, e curioso.

Estranho, como tudo que cerca
E tão melhor. Baixasse as cortinas
Tão medo maldito fosse embora.
Tão embora que estranharia
Mas dos medos descobre-se as fraquezas
Cria-se coragem e vai
Empurra para a frente, sempre a frente

Se me tira do inapropriado
Sai com minha angústia.
Profunda, vazia
Tão como o que faia.

Mas vai, vai logo
Indo aos "belos" que fará infeliz.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

#55

Digo disso, desse abandono
Do descaso comigo, evito
Mas o final sempre é igual.

Houve quem disse "Mentira!"
Confirmo, calo, feneço
Mais nada falo... Guardo.
Mais tarde virá a sumir
Por não assumir agora, esse martírio
De tantas fases boas
Que saem da memória como águas
Desaguadas, guiadas pela rastejação.
Provável perguntar-me o que houve
Não hei de explicar!
Não por teimosia, mas agonia
Tanta e tanta rastejada!
Inriquir mais e mais... E quando para?
Se souber pare-me você
que forças as tenho esgotadas.

É cedo pra saber ou preparar
Dessas marcas funestas
Que trago escondidas, bem escondidas
e não verá, garanto
Pra não assustar.