sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quando a vergonha chega

As vezes a vergonha toma
Rege, controla, cega
Não há mais o que seguir, então.
Cores secam, motivos caem por terra
Razões não respondem
Seu rosto some.
Não há eu, nem você
Nem como perecer.
Inerte, indiferente, permanece.
Perfura, tampa
Abafa o que precisa sair.
Descanso necessário e demorado
Está por onde? Por quando?
Que anseio mais que tudo por,
Esse finalmente parar.
Aos poucos se afunda...
Profunda, bem profunda
Dessa dor que consome, aumenta
Atormenta, faz mesmo querer sair
E permanece. E o que será que fiz?
Pra fingir a dor, que toma-me a pele
Bastasse de fora observar, ajudar
Mas é claro, não pude aguentar.
E sempre, como esse todo sempre
Mais uma, e outra
Mais outras e muitas, tantas pelas quais
Estamos onde estamos.
E onde há de se esconder em tanta coisa?
Tanto a dizer, a confessar, envergonhar...
De tanto disso acabo atirando ao nada,
matar tanto, tanto assim dentro de mim...

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