terça-feira, 21 de junho de 2011

Sede de vida, de protestar.

Não é da boca que sai minha sede
Vem da alma, que quer muito gritar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Da criança

A maçã mais alta
O vento mais forte
O caminho mais curto
O melhor dos papéis da peça
A mais calculada ação
O mais alto salto
A palavra mais difícil
O passo de dança mais ousado
O conflito mais causado
A dor mais antiga
Os olhos mais cansados
A defesa mais armada
com tão pouca experiência de guerra
O tédio maior
O melhor conselho
As roupas mais bonitas
As relações mais intensas
As entregas tão entregues
A pouca cautela
A tão pouca idade, tão pouca.

que mais que tudo agora
quer só respirar.
Com tanto a explorar, porque agora?
Agora é hora de ir com calma.

domingo, 19 de junho de 2011

#76

Por que ainda deixa então, eu correr pra você?
Por que ainda diz que pode me acolher?
Por que não vê que já percebi o que queria,
e então não preciso de mais mentira?
Por que ainda faz em mim uma crença dessas?
se tampouco é capaz de só me acolher, ainda...

De verdade, que é?
Não me faz melhor enchendo meus sentidos de você
de que posso aí, me aquecer
De que minha alegria é sua
Se nem parece mais, em pouco tempo assim
Que quer meu bem.

Não me importo, mesmo
Depois de tantas verdades
Uma nem-tão-surpresa-assim
De raiva de mim, meu bem
Acontece.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Lo Cafés "impresso" 2: Desconstrução do eu{tu, ele, nós, vós, eles.

Olá, meus caros.
Essa é a 2ª edição do meu zine Lo Cafés "impresso". Ele vai estar disponível no café Casa da Ponte (Largo Marília de Dirceu, 18, Ouro Preto) e comigo; que vou rodar por aí oferecendo-os para quem eu achar que deve se interessar. O valor é espontâneo, logo, quem não quiser pagar nada pela aquisição, esteja a vontade.
Não fiz essa apresentação da 1ª edição porque foi algo muito espontâneo e corrido. Mas, depois da primeira tacada, fica mais fácil ter idéias, e agora elas têm vindo bastante até mim para as próximas edições.

Desconstrução do eu{tu, ele, nós vós eles.
Uma das primeiras idéias que vieram foi a de reunir numa edição, poesias que tivessem coerência entre si, e criar um tema que resumisse essa coerência; assim como nos álbuns musicais. Logicamente, a capa também tem a intenção de passar um pouco dessa idéia.
Na capa há também um dizer que funciona como um sub-título. Eu, até o momento, estou o achando desnecessário, mas vou esperar os comentários. Ele torna a compreensão do tema mais fácil, na minha opinião, mas pode também confundir alguns.


Enfim, espero que gostem.
PS.: To pensando num jeito também de fazer um "zine virtual". Se conseguí-lo, em breve posto aqui no blog.

Poesia? É tudo!

Besta? Besta é a minha empreita.
Ver um vulto nos pensares e correr
Mais ao vento que ao papel
Mas fazê-lo
Por tudo que já viu e perdeu
Para não mais sofrê-lo,
e ajuda, como ajuda.
Fica leve de levar comigo.

Mas é só ver
que tanta rima forçada
não passa de mágoa enferrujada
que tardo a tirar daqui
e mais vem pra me levar,
que eu pra carregar!
Poesia? Que nada.
É nada disso.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Poesia? Que nada.

Se vissem o que vejo
Poderiam sucumbir de encanto,
ou acabar na dor.
Se precisar, rastejar atrás da cura
pois não é das suas mãos que ela jaria.
É mais afundo, mais intenso.

Talvez resolvesse por mim
se visse você o que vejo eu
Pois não é só olhar ou enxergar
É até mais que perceber.
Fardo sim, mas não somente ruim,
como hei de saber?

Minha alma de poesia é cara
não credes que não ganho nada,
pois sim, afirmo!
De nada vale essa entrega ao lirismo.
Mas preciso, e assim sigo...