domingo, 30 de janeiro de 2011

#54

Há um tapete enorme e que muito esconde
Não há como ver a olho nu
E o que traga a sanidade de mostrar...
Tudo que está lá está perdido
E não há mais abrigo, melhor denegrido
que esta porca maneira de se apresentar.
Como não veem, se são e têm
Tudo que falo e não estou mentindo.
Verdades existem mesmo que em um só lugar
não há como dizer "outra verdade está errada."
Pois então digo: estou certa!
Penso no que me maltrata e desarma (quando recupero)
Não faria nem se preocupasse em mais.
Então não reclame, só me assista
Enquanto acabo de odiar muito.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Trouxestes

Tão avidamente daquele outro lado
Foi de todo o mais real de que se estivesse lúcido
E como foi bom.
Sabes imaginar o que se passa
Dizendo que estive acompanhada
Nao pôde achar nem saber, mas senti
Estive lá
Esteve lá
E como o coração bateu forte...
Não avitei, não quis me arriscar a perder
Já de tudo perdi, não há mais o que insistir
E me permitem lá fazer de tudo
E só quero
E apenas preciso
Daquele amar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

#52

Nem sempre mal falo.
De tudo, só não sei explicar
Mas o resto sei tirar.
E me aprecio as vezes!
Nem tudo parece perdido,
quando me torno capaz, e assumo-me
em tal decreto que digo: sou livre!
E aprenda comigo
que sei ensinar.
Não sabe é ouvir, e sei falar também
Tampouco acho que nunca imaginou
Mas de certo tocou, aí dentro falou
Que é sim de bom grado a mim.
Não conhece é claro, mas me abro
E podes ver que tudo o tenho retido
dentro do tecido
que insiste em se rasgar (as vezes é claro)
amo! Ser e não me preocupar
Sim, estarei sempre e sempre
Ao todo que quiseres procurar.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cordas vocais

Há um nó, bem grande e incômodo
bem aqui na garganta, cresce bastante
Quando permito. Controlo, mas é meio levado
Mas nem tão pesado
Tampouco carrego, e há muito acumulo
E permanece. Parece com outros
Tantos e tantos, que já se foram
Pro meu próprio bem que ainda nego.

Já basta

Bastasse ignorá-lo e destruí-lo
Tampouco volta, de saudades plenas
Pois antes de sair pregou meus pés
Ao que nada acredito.
Pois presa não sou
E saiba das novas de que agora respondo por mim
E não há nada que me impeça mais.
Nem medo, nem agústia apertada
Nem nada.
Caminho a passos curtos dessa vez
(essa é uma das maiores novidades)
Pois a pressa não me ajudou
E agora reconheço.
Sou isso que vejo, que sinto, que cheiro
E vivo, como vivo!
E se agora vão, leve o recado
De que não me pertubarei mais.
E não se trata de traição caso pense-o
Pois sou falha, como da espécie que sou
E que entendo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mensageiro

Olhos distantes, ligados ao nada
Que me faz pensar de verdade.
Mas a verdade esconde outra
que tão cedo me fez cair
não em mim, mas em si
e outros sis que não eu.

Se veio agora ao meu colo
Não achara coisa melhor?
Em infestar a mim de sujeiras
Que achou em outras. Tire-as.
Não faça mais outra ser suja.

Mas é claro que tenho culpa!
Sim, tarde agora não penso mais
em que devo lamentar, mas sim caminhar
seguir e rir pra não chorar.
Fácil é não ligar de passar,
mas é clara a minha não vontade.
Morrei aqui e enterrai
Não me queixo então de prosseguir.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

#48

Pois tudo há de me pesar ainda mais
Se por acaso não me gostar, e abandonar
Pra sempre irei achar, e não acreditar
No que só tenho medo de saber.

Não é tão triste quanto parece
Nem tão brando, simplesmente estranho
Pois já tentei sim parar de ir tão rápido
E de todo voltou ainda pior.

Pois não há mais o que negar
Que claramente me pertubo fácil
De toda que existe tenho quase por completa
Que quase me derruba e não deixa levantar.

Mas olha o que me fez tirar!
Quase toda a roupa que tenho foi rasgada
Mas que triste o pesar que cai
Que senão irá lhe matar.

E o medo cresce.