terça-feira, 28 de setembro de 2010

Carta de evolução

Se ela possui o poder não se sabe. Esconde algo dentro da tormenta que a sempre tormentou. Não tirou de si o vento que passou (e arrastou) e derramou. Sempre houve algo de errado. Não pra todos, sim pra ela. Todo momento possível de dor é interna. É doce eterna, sem saber quem é. Se souber? Se correr? Se procurar? Que será? Precisa não se importar e lutar. Não é triste ser diferente. Errado é imitar pra ganhar (coisas sem valor). Se não dorme é sabendo o que tem de fazer: levantar, ousar, ser, acabar, começar... Sem medo de mudar. Mudança é apenas evolução, a essência sempre permanecerá. Se surta ou se diz errado é certo que é ela, se sentem inveja ou medo que pensem por si só eles. Deixem em paz a paz dela, não encostem enquanto tiver fora de si; acenda (nunca apague) a chama que tem. Não é triste (nem será). Quem sorri e aceita tudo sem pensar não sabe o valor que tem. Nem ela nem si.

Afundar

Só resta respirar.
Tão mais fundo quanto profundo
Não podem isso tirar de ninguém.
Já não pensam mais
Dormem ao querer pensar
Nada pode ser feito.
É o fim.

Exagero é reverenciar o bom humor
Forçar um riso constante
Brigar bastante
É errado estar certo.
Que fazer mais?

Fim dos ventos bons
Havia esperança em quem não se importava
Mas tiraram o direito.
Acabou-se.

domingo, 26 de setembro de 2010

Flor com dor

Se for cuidar de flor
Regue-a todos os dias
Sem atenção irá morrer
E flor não merece dor

Não se tira seus espinhos
Se pega com cautela
Não se põe numa cela
Ou trata a choro e vela

Um só dia não é bom pra ela
Há água em seu desejo sempre
Morre a pão por piedade
Só sincero lado-a-lado salva-a

E se conta adiantar matar
Pra massa do infinito invisível
Acredita e faz por injúria
Que resta só terminar, chorar, levantar e começar

Pobre dela.

domingo, 19 de setembro de 2010

#24

Tardia meu descanso em terras boas
Tão cedo encheu-se e foi-se
Mas é meu descanso, e tenho pressa
Falsa pois sei que não ajuda
Então me tiro e jogo as cartas
Ao relento devagar, e assovio lento.
Saí de dentro da incerteza e fui mais incerta
Não conserta o que há de melhor nem tira,
Mas sai e olha, não me toma por completo
Julga friamente e por dentro mais
Bom ruim ou nada mais de mim
Como o acaso me gosta.

Há acasos eternos e breves
São dos breves infortunios
Mal aventurados bestalhados
Se chegassem e soubesses do dia seguinte
Não haveria o que pensar errado
E sem tristeza sem problemas frescos
Só apenas ver e saber e querer
Mesmo não me convidando entro e assisto.

domingo, 12 de setembro de 2010

#23

Começo a andar no manicômio
Saí do túnel sugante de ares bons
Não se era nada de grandeza
A solidão as vezes aumenta

Pesava o cargo de pensante
Menor que o mundo escuro visto
Contra mim e o melhor que trouxe
Está fora do alcance fácil.

Sai e pouco volta
Atinge maltrata algo em mim
Que sai e quica e volta
E faz não viver, tira-me de mim

Porque é justo pensar que é certo?
Se acaba com momentos bons
Insere ilusão e conforta
Saber que há desiquilíbrio em mim

É tarde falar no presente
Que despeça como quiser
Mas faça proveito de como não me importo
Em ser sem o que resta pra fechar.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

#21

Se enxergam o que é vão atrás
Não perdoam ser diferente
Acham certo matar a si mesmo
E seguir uma certa linha imaginária

Que pensam existir isso?
Criam algo pra poder prender a todos
Que quando fogem, sempre tentam roubar de volta
Por que sabem que não conseguirão
Triste achar que são mais fortes

Não sabe o peso que faz
Se soubesse pararia
Mas nem nos preocupa
Não vamos obedecer

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O conforto do medo

Ja pensei poder sair
Sem desistir de mim
Mas cedo quis voltar
Pois era seguro calar